Monday, February 09, 2009

O primeiro dia do resto de nossas vidas

Há muito tempo estou devendo notícias da Lu neste espaço. Anunciei aqui que ela prestaria o vestibulinho e não voltei pra dar o resultado.

Bom, pra perceberem o meu grau de relaxo, as aulas dela começaram hoje – sim, minha filha está no ensino médio!

Como eu tinha contado aqui, ela prestou dois vestibulinhos: um pra uma escola que eu queria MUITO que ela estudasse e que é mantida pela Unicamp (precisa falar mais?) e a outra, onde eu e meu irmão estudamos, que não é ruim, mas não tem o mesmo apelo. Na verdade, na primeira, ela teria que estudar em período integral (o que eu acho bom, mas ela não.rs) e o curso era técnico, o que ela considera um problema e eu também preferia que ela fizesse um colégio normal, pois eu sei, por experiência própria, que colégio técnico não prepara para o vestibular.

Bom, não sei se a vontade dela fez a diferença, mas ela não passou no vestibulinho da primeira escola e passou no da segunda.

E eu percebo claramente que essa fase representa um rito de passagem na vida do adolescente. Pense: até então, tudo o que ela precisava, eu ou o pai resolvíamos, nada era preocupação pra ela. Até que com o vestibulinho, nós, os pais, não tínhamos como interferir, dependia exclusivamente dela e ficou claro que ela ainda não tem maturidade suficiente para tomar decisões importantes. Nós a criamos para ser independente e ter capacidade de resolver seus problemas, mas quais problemas têm uma menina até os 14 anos? Pois é, aí que a porca torce o rabo, ela não se dedicou o suficiente, tinha uma preguiça louca de estudar, por sorte, passou, mas e se não passasse? Para onde iria? Essa não era uma preocupação dela e isso me deixou meio chateada. Por sorte ela passou e passou no colégio onde queria estudar, vai fazer ensino médio como queria, então tudo bem.

Mas, voltando ao ritual de passagem – é muita coisa nova junta: escola nova, amigos novos (nenhum amigo da antiga escola foi pra esta), professores, regras e pra fechar com chave de ouro, ela voltará da escola de ÔNIBUS!! E, apesar da preocupação, acho que será importantíssimo pra ela, andar pela cidade. De manhã, eu vou levá-la, mas na volta, ela tomará ônibus, isso será na hora do almoço, a escola fica em lugar movimentado e além disso, eu tenho lembranças ótimas do ônibus cheio de estudantes, sempre tão divertido.
Lógico que fico pensando nos dias de chuva e em mais uma porção de bobagens, mas tenho certeza de que ela vai tirar isso de letra.

Outra coisa engraçada é que, em uma conversa entre ela e uma amiga, elas diziam que o fato do colégio não ter uniforme, era uma vantagem, pois assim, pelas roupas que os outros estariam vestindo, ela teria condições de avaliar de quem valia a pena se aproximar, tipo se estivesse com escova no cabelo e roupa pink, era “pati”, mas se estivesse de preto, com All Star, aí sim, era boa gente. Falei pra ela que aquilo era um absurdo, ao que ela me respondeu que todo mundo avalia todo mundo pela aparência (ó mundo cruel!), mas não acho que se trata de preconceito, mas sim de identificar sua tribo no meio da multidão, coisa comum entre os adolescentes.
Bom, as aulas começaram hoje, ela estava meio apreensiva, o que é normal pra ela - pra mim, é mais uma amostra de que não tenho mais uma filha criança, né?
Ah, logo depois que ela saiu da aula, liguei pra saber como tinha sido e principalmente, como foi voltar pra casa de ônibus e ela me contou que o pai foi buscá-la. haha! Acho que ele ficou meio apavorado. Ah, e ela me contou também que teve calourada e que ela teve os braços e o rosto pintado. Criança? Onde?

8 Comments:

At 9:01 AM , Anonymous Anonymous said...

Que escola ela passou e está estudando ?

 
At 9:24 AM , Blogger Renata said...

As notícias não poderiam ser melhores Clau, acho que no fundo ela não queria mesmo estudar na primeira escola né.

E isso de "escolher" suas amizades pela aparência é bem típico da adolescência e não acho mesmo que seja preconceito. Na verdade acho que acontece até mesmo com adultos, imagina com jovens.

Bjs,

 
At 10:04 AM , Anonymous Anonymous said...

É o mundo dos "adultos" não é nada fácil... Educar os filhos pra tomar decisões tb é mto dificil... Tenho medo de estar criando a Ellen com mtos cuidados, o que a torna uma "preza" fácil... Enfim... que ela seja mto feliz na nova escola, que ela encontre logo a turma dela e o mais importante, que se dedique aos estudos... bjks
:)

 
At 3:23 AM , Anonymous Anonymous said...

Clau, este segundo ritual de passagem, para mim é um dos mais complicados.

As minhas lembranças são de conflitos. Muitos conflitos, mas que no fim, tirei de letra rsss

Também está claro para mim que ela não queria ir para o primeiro colégio, daí não ter estudado o suficiente, mas fica a dúvida sobre ela ter ou não se preparado da melhor maneira possível...

Sobre identificação de tribos, se até hoje algumas pessoas supostamente maduras fazem isso, o que dizer de adolescentes, com mil idéias e hormônios aflorando? rss

Beijocas

 
At 4:51 AM , Blogger Amábile said...

que legal que ela tá gostando da scola , isso é que importa
bj

 
At 2:38 PM , Blogger Vanessa Porto said...

Li o posto ontem, mas não deu tempo de comentar.
Também achei que ela não queria meeesmo a outra escola...
De mãe relaxo tu não ens nadica de nada, todo esse cuidado que tens com os dois é incrível.
Eu nunca tive uma tribo assim meio definida, sempre fui de andar com todos de todas as tribos...
Fiquei imaginando o primeiro dia de aula dela e me lembrando do meu primeiro dia no colegial, nunca tinha saindo nem do meu bairro, parecia até que eu tava noutro mundo!!!

Curiosidade: porque que ai tem que fazer vestibulinho já pra fazer o colegial?

bjs

 
At 3:33 AM , Anonymous Anonymous said...

Clau, no final de contas acho que o resultado foi o melhor possível mesmo. E 14 anos são 14 anos né? Não dá para esperar uma postura adulta ainda.
Eu acho que essa coisa de se identificar por tribos e jeito de vestir é bem típica da fase, mas acho legal estimulá-la a ser alguém que circula entre muitas tribos. Tem a sua, mas não rejeita as outras. Acho que nos enriquece muito.
E gostei muito da sua decisão de deixá-la voltar de ônibus. Nada como ver gente, muita gente diferente para aprender exatamente o que você quer ensinar, que em todas as tribos há gente legal.
Bjão e viva a nova fase!

 
At 5:20 PM , Blogger K said...

Claudia, que legal a Lu tao independente. Ao mesmo tempo que nao tenho pressa da Valon crescer,fico louca pra ve-la assim tambem.
Apesar de ser " normal" julgarmos as pessoas pela aparencia, principalmente os adolescentes,devemos tentar ensinar diferente.Nao custa tentar ne?
Ja e quase meia noite, amanha leio mais o blog pra saber das novidades:

 

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