O que é mais importante que uma infância feliz?
A Luíza adora assistir Super Nanny, sei lá porquê, mas sempre que está passando, ela monopoliza a TV. Eu acho meio sem graça, mas às vezes, acabo assistindo junto. No final de semna, mostraram uma família, onde os pais eram evidentemente, os culpados pelas crianças selvagens (sempre é culpa dos pais, né?). Mas o mais estranho era a atitude da mãe em relação à filha mais velha, que era sempre agredida com palavras, até que num determinado momento, a menina resolveu fugir de casa, avisou a mãe, que ficou ridicularizando a idéia, até que a menina realmente sumiu. Ela estava na vizinhança, mas todos, até eu, ficaram desesperados. Bom, pra resumir, o que me marcou foi que num dado momento, a babá falou pra mãe como ela iria se sentir no futuro, se as únicas lembranças da menina sobre sua infância, fossem as brigas, se ela não tivesse nada legal pra se lembrar, se não tivesse nenhuma recordação feliz ao lado da mãe? É claro, que a mulher se debulhou em lágrimas e resolveu mudar e o final foi feliz. Mas eu fiquei pensando nisso.
Minhas lembranças da infância são ótimas. Não tínhamos uma situação financeira muito confortável, nenhum luxo, mas meus pais estavam sempre presentes, sempre rolava um passeio, um gibi, uma festinha de aniversário com sanduichinhos de pão de forma e bolo feito por minha mãe e tudo o que eu lembro é assim, gostoso e feliz!
E as lembranças da Luíza, como seriam? Afinal, ela já tem 13 anos. Fiquei preocupada. Passei momentos meio complicados quando ela era pequena. Trabalhava muito, não tinha muito tempo pra ela, estava sempre nervosa, cansada e às vezes, era meio gritona. Puxa vida, não foram dias fáceis, mas eu me esforçava ao máximo pra que ela fosse feliz. Mas fiquei triste pensando em tudo isso, afinal, apesar das dificuldades financeiras, minha mãe não trabalhava quando éramos crianças e a sua presença diária é uma das minhas principais lembranças.
No dia seguinte a esses pensamentos todos, minha mãe esteve em casa e levou um saco de brinquedos antigos da Lu que estavam na casa dela, pra que eu doasse. A Luíza abriu e encontro uma bóia em forma de barco, que usou muito e ficou emocionada, nem sabia que o brinquedo estava lá e me disse que aquilo trazia uma porção de lembranças da infância dela, que ela tinha sido muito feliz e que só se lembrava de coisas boas vividas quando criança.
Dá pra imaginar o quanto fiquei feliz e percebi que apesar das dificuldades, o importante é o amor e o carinho que conseguimos passar, o resto é o resto!
Ah, a bóia não será doada, a Luíza deu pro imão.
Assim que a piscina estiver limpa, teremos fotos.
5 Comments:
Puxa, Cláudia, esse é um assunto eternamente presente na vida das mães, né? Ô dificuldade da gente lidar com a culpa, com o medo das frustrações, enfim, com quase tudo... Deve ter sido legal demais ouvir a Luíza dizer que só tem boas recordações da infância, nossa! Imagino o seu alívio ;-) Beijo.
Eu não tenho lembranças muito legais... Minha mãe era ausente, não só por trabalhar fora, mas o tempo que ela tinha pra gente, ela achava que era dela, então ela saia, bebia com as amigas, e não ligava muito pra nós... Ela gritava muito, e nada tava bom, sempre reclava... Meu pai, que ainda é caminhoneiro, parecia que não queria estar em casa, e qdo tava, queria estar com a minha mãe, e nós, de lado de novo... Quem deu mais ateção e apoio, foram minha vó e minha tia Maria, ela, a tia, colocava a gente de castigo, mas se temos alguns limites hj, é graças a ela... Hj minha mãe é mãe, é preocupada, e ama a Ellen, acredito que o amor que poderia sentir pela gente ela passou pra minha pequena... Bom, o que foi, foi... E tento não ser assim com a Ellen, tento ter mais paciencia, mesmo tendo dias que não é fácil... Mais foi bom poder ler... Deu pra lembrar, mesmo não sendo coisas legais!!!
Beijos!!!
Espero um dia ouvir isso da Melissa, parabéns amiga, mesmo cheia de culpas o que vale mesmo é o amor, tambem tenho boas lembranças da minha infancia. Mas nenhum relacionado com a rotina do dia a dia, mas fatos mais marcantes, momentos especiais. E acho que é isso que fica para nossos filhos.
Este post veio ao encontro do que ando matutando. Sinto falta de estar mais tempo com meus meninos e me pergunto se o Yuri terá boas recordações da sua infância e da minha presença... Se serei lembrada como uma mãe amorosa... Me ajudou a aliviar um pouco esta culpa. Acho que ele tbém é feliz.
Obrigada! Bj grande!
Cláudia fiquei emocionada com seu texto. A Luiza nos mostra que não é exatamente o número de horas junto que nos faz ser presente ou não. Parabéns pela filhota linda! Bjs
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